Você já teve aquela sensação estranha ao olhar o extrato bancário e encontrar uma cobrança que nem sabia que existia? Se sim, provavelmente já teve contato com o IOF – Imposto sobre Operações Financeiras.
Mas afinal, o que é esse imposto que parece invisível, mas está presente em tantas transações do nosso dia a dia?
Neste artigo, vamos mergulhar fundo nesse tema para que você entenda o que é o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), como ele funciona, em quais situações é cobrado, qual seu impacto no seu bolso e como se proteger ou se planejar melhor.
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A promessa aqui é: você vai sair com todas as respostas que precisa — sem enrolação e com exemplos práticos.
O que é IOF e por que ele é cobrado?

IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é um tributo federal cobrado pelo governo brasileiro sobre uma série de transações financeiras. Ele tem duas funções principais: arrecadar dinheiro para o governo e servir como uma ferramenta para controlar a economia.
Essa taxa incide sobre diversas operações, como:
- Empréstimos
- Financiamentos
- Cartão de crédito (compras internacionais e atraso no pagamento)
- Câmbio (compra de moeda estrangeira)
- Seguros
No início do segundo parágrafo, é importante deixar claro: o IOF impacta diretamente o consumidor final, ou seja, você. Mesmo que, em muitos casos, o valor pareça pequeno, ele pode pesar no seu orçamento dependendo da frequência e tipo de transação.
Onde o IOF é aplicado?

Você pode até não perceber, mas o IOF aparece em vários momentos da sua vida financeira. Vamos detalhar os principais:
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1. IOF em operações de crédito
Sempre que você pega dinheiro emprestado — seja com bancos, financeiras ou até mesmo no rotativo do cartão de crédito — o IOF entra em cena.
Exemplos:
- Empréstimos pessoais
- Crédito consignado
- Rotativo do cartão
- Financiamentos
A alíquota varia de acordo com o tipo da operação. Veja na tabela:
Tipo de crédito | Alíquota diária | Alíquota adicional | Total máximo |
---|---|---|---|
Pessoa física | 0,0082% | 0,38% | até 3% ao mês |
Pessoa jurídica | 0,0041% | 0,38% | até 1,5% ao mês |
2. IOF em câmbio
Quando você compra dólar ou qualquer outra moeda estrangeira, o IOF também aparece. Ele incide sobre o valor total convertido.
Exemplo prático:
- Compra de US$ 1.000 → IOF de 1,1% → você pagará R$ 55 a mais (aproximadamente).
No caso de compras no cartão de crédito feitas no exterior, o IOF é ainda mais alto: 4,38%. Isso pode fazer bastante diferença se você estiver viajando ou comprando online em sites internacionais.
3. IOF em seguros
Se você contrata um seguro — de carro, vida, saúde ou qualquer outro — saiba que uma parte do valor pago é destinada ao IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A alíquota varia de acordo com o tipo de seguro, mas geralmente gira em torno de 0,38% a 25%.
4. IOF em investimentos
Alguns investimentos de renda fixa também sofrem incidência do IOF — especialmente quando o resgate é feito em menos de 30 dias. Essa cobrança é chamada de IOF regressivo.
Veja como funciona a tabela do IOF regressivo:
Dias corridos | Alíquota IOF |
---|---|
1 dia | 96% |
15 dias | 50% |
30 dias | 0% |
Ou seja, quanto mais cedo você resgatar o dinheiro, maior o imposto. Se você esperar 30 dias, não paga IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) — apenas o Imposto de Renda.
Por que o IOF existe? Qual seu objetivo?

O IOF é um imposto com uma característica única: ele serve tanto para arrecadar quanto para controlar a economia.
Função arrecadatória:
Como qualquer imposto, o IOF gera receita para o governo. Essa arrecadação ajuda a financiar políticas públicas, pagar dívidas e manter o funcionamento do Estado.
Função reguladora:
Mais interessante, talvez, é a função reguladora. O governo pode alterar a alíquota do IOF para estimular ou desacelerar certos comportamentos econômicos.
Exemplo:
Se o governo quer desestimular o consumo excessivo, pode aumentar o IOF sobre o crédito. Isso torna o empréstimo mais caro, o que pode reduzir a demanda.
Quem paga o IOF?
A resposta direta é: você, consumidor final.
Mesmo que a cobrança seja feita por bancos, seguradoras ou instituições financeiras, quem arca com o valor do imposto é quem está fazendo a operação — ou seja, você.
Como calcular o IOF na prática?
Vamos a um exemplo prático e bem direto:
Você pegou um empréstimo de R$ 10.000 para pagar em 12 meses. Suponha que a alíquota seja de 0,0082% ao dia + 0,38% adicional.
Cálculo básico:
- IOF diário: 0,0082% × 365 = 2,993% (aproximadamente)
- IOF adicional: 0,38%
- Total: 3.373%
- Total do IOF: R$ 10.000 × 3,373% = R$ 337,30
Esse valor é somado ao custo total do empréstimo — e entra no famoso CET (Custo Efetivo Total).
Como evitar ou reduzir o impacto do IOF?

Embora seja um imposto obrigatório, há maneiras de minimizar seus efeitos com algumas atitudes estratégicas:
- Evite resgatar investimentos em menos de 30 dias
- Planeje-se para não usar o rotativo do cartão
- Compare taxas antes de contratar crédito
- Faça compras internacionais à vista em moeda estrangeira
- Evite seguros desnecessários
Essas atitudes ajudam não só a economizar no IOF, mas a cuidar melhor da sua saúde financeira como um todo.
IOF e cartão de crédito: cuidado redobrado
O cartão de crédito, principalmente em compras internacionais ou no uso do rotativo, é um dos grandes vilões do IOF. Muita gente não percebe que, além dos juros altíssimos, há a cobrança do imposto.
Fique atento:
- Compras internacionais com cartão: 4,38% de IOF
- Atraso no pagamento da fatura: IOF diário + juros
Mudanças recentes no IOF
Nos últimos anos, o governo tem feito ajustes no IOF de tempos em tempos. Uma das mudanças mais relevantes ocorreu em 2023, quando o governo anunciou a isenção gradual do IOF sobre operações cambiais até 2029.
Isso faz parte de um acordo com a OCDE para alinhar o Brasil às práticas internacionais. Em outras palavras: a tendência é que o IOF em compras internacionais diminua até sumir completamente.
Mas atenção: isso vale apenas para operações de câmbio — os outros tipos de transações continuam com cobrança.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre IOF
1. IOF é cobrado em transferências via Pix?
Não. O IOF não é cobrado em transferências entre pessoas físicas via Pix, TED ou DOC. No entanto, pode ser aplicado em operações de crédito via Pix Garantido.
2. Como saber quanto paguei de IOF?
Verifique o extrato da sua conta ou da fatura do cartão. O valor do IOF geralmente aparece destacado em operações com câmbio, crédito e seguros.
3. IOF é dedutível do imposto de renda?
Não. O valor pago de IOF não pode ser abatido na declaração do Imposto de Renda.
4. Todo investimento tem IOF?
Não. Apenas alguns investimentos de renda fixa com resgate inferior a 30 dias têm cobrança de IOF.
Resumo dos principais pontos
- IOF é o Imposto sobre Operações Financeiras, cobrado em crédito, câmbio, seguros e investimentos.
- A alíquota varia conforme o tipo de transação.
- O imposto pode pesar mais do que parece, especialmente no cartão de crédito e em resgates rápidos de investimentos.
- Algumas mudanças futuras podem reduzir a cobrança em operações internacionais.
- Com planejamento, é possível evitar gastos desnecessários com esse imposto.
Entender o IOF é cuidar melhor do seu dinheiro
Você não precisa ser um especialista em economia para tomar boas decisões financeiras. Mas conhecer tributos como o IOF é essencial para evitar surpresas desagradáveis, planejar melhor seus gastos e aumentar sua inteligência financeira.
Agora que você entende o que é IOF, como ele funciona e como impacta o seu dia a dia, que tal rever suas próximas decisões financeiras com esse conhecimento em mente?
Lembre-se: o imposto pode até ser obrigatório, mas o desconhecimento dele não precisa ser.